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Hospital Albert Einstein e os desafios na cadeia de abastecimento e distribuição durante a crise

Na última quinta-feira (04) tivemos uma live especial! Contamos com a participação de Gustavo Taboas, Vice Presidente e Diretor Executivo de Suprimentos e Logística do Hospital Albert Einstein, que compartilhou quais caminhos foram adotados pelo maior hospital da América Latina para superar a pandemia do novo coronavírus.

Para agregar ao bate-papo, convidamos também Alexandre Moura, especialista em Procurement e Humberto Guimarães, head de Procurement na Brainfarma.

Se voltarmos para o primeiro caso de coronavírus, identificado pela primeira vez em Wuhan, na província de Hubei, na China, ninguém diria que tomaria a proporção que vemos hoje. Antes mesmo da pandemia ser decretada pela OMS, Gustavo Taboas já percebeu o que estava compartilhando sua experiência "Quando começamos a ver o que estava acontecendo na China em janeiro tentamos ao máximo nos prepararmos. Procuramos listar os itens mais críticos que uma doença respiratória exigia. O Brasil passou a consumir mais que o dobro de máscaras que comprávamos, por exemplo".

Ao compartilhar o maior desafio de todos, o VP afirma "Lidar com um cenário incerto é um grande desafio. Não saber o que será exigido, como tipo de testagem, remédios, equipamentos... Sem contar na quantidade para saber por quanto tempo irá abastecer".

Já Humberto, Head de Procurement na Brainfarma, comentou um pouco sobre o setor farmacêutico no Brasil. "Para ter uma ideia, a China e a Índia produzem muitos ativos para a produção de remédios. O Benegrip que o indivíduo compra na farmácia foi produzido com ativos desses países. No primeiro momento, quando foi decretado lockdown, foi muito complicado e ainda é porque outros países aumentaram a demanda, seja para maior proteção ou aumentar o consumo. Ah, e vale ressaltar o apagão logístico também. O acúmulo de materiais sem poder tirá-los do local por ausência de logística".

Já para investimentos internos, o profissional ressalta "Internamente também tivemos altos gastos. Nosso setor não parou e só para 7.000 funcionários precisamos comprar equipamentos de proteção".

Durante a crise o setor aéreo se tornou o principal meio de transporte para as mercadorias. Na Brainfarma Humberto compartilha como foi "O transporte aéreo se tornou escasso e o valor triplicou. Nós precisamos optar por rotas que não eram usuais para garantir a mercadoria". Para Gustavo Taboas, o cenário não foi diferente "O impacto foi grande no setor aéreo. Por não haver voos diretos e a necessidade de conexões em mais de um país, havia um risco alto dos produtos serem apreendidos".

Alexandre Moura, especialista em Procurement, observou outro lado em relação às respostas do mercado. "Quando falamos em garantir a sustentabilidade da Cadeia de Suprimentos é não acabarmos com as parcerias. Tenho observado uma grande preocupação das empresas nesse sentido. Muitas delas estão se preocupando com os fornecedores em longo prazo, porque sabem que precisarão deles mais para frente".

Para finalizar, os profissionais desmistificaram uma realidade paradoxa que grande parte da mídia ressalta durante a pandemia: os respiradores não são produzidos somente na China. Gustavo Taboas afirma "No Einstein todos os respiradores que temos são alemães. Apesar de ser em menor escala, outros países produzem respiradores também. O Brasil, por exemplo, é um deles".

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