Logística 4.0: transforme suas operações em oportunidades
Pode até parecer surpresa, mas a Logística 4.0 não é mais tendência! Com o passar do tempo, ela se tornou prioridade para aqueles que desejam se destacar em meio aos concorrentes, apropriando-se de novas tecnologias voltadas para o ganho de eficiência, agilidade e redução de custos.
Para adaptá-la em seu negócio não basta se apropriar das novas tecnologias ou otimizar processos. Até porque isso não é Transformação Digital! É preciso também promover mudanças na cultura organizacional porque, apesar do trabalho aprimorado, as pessoas continuam sendo peça fundamental para os resultados do negócio.
Para entender um pouco sobre o que é Logística 4.0, conversamos com Felipe Trigueiro, especialista em Supply Chain e Logística 4.0, Walter Soubihe e David de Carvalho, ambos professores da LiveU. Continue lendo e confira!
1 – As empresas têm investido cada vez mais em tecnologia para aprimorar e modernizar a logística, tendo como resultado operações cada vez mais produtivas e conectadas. Nesse contexto, por onde começar para incorporar a transformação digital nos processos?
Felipe – A Transformação Digital deve começar pelas pessoas. São elas que irão conduzir todo o processo de transformação e devem estar “conectadas” com todos os processos e tendências do novo mundo digital.
Walter – Acredito que a revisão dos processos seja uma das principais formas de capturar os possíveis benefícios do uso da tecnologia, revisando parâmetros e atividades antes de implementar qualquer tecnologia. Isso auxilia também na atualização dos profissionais sobre detalhes dos processos para diminuir a "barreira" da nova tecnologia. A partir de então, a transformação digital terá mais chance de agregar valor, principalmente elevando a Maturidade Analítica da Empresa.
David – O processo de mudança se inicia pelo mapeamento dos processos e identificação das reais necessidades da operação. Ajuda externa para execução do mapeamento é extremamente efetiva por permitir desenhar um “As Is” dos processos sem as tendências e vícios daqueles que foram incorporados pelo processo.
2 – Reduzir custos ou maximizar os investimentos em logística costumam ser dúvidas frequentes dos profissionais da área. A opção varia de acordo com a estratégia ou é viável optar na maioria das vezes por uma das opções?
Felipe – Sim, sempre é viável optarmos por umas das opções, mas não esquecendo de sempre colocar o cliente no centro das decisões. Muitas empresas buscam incansavelmente estas soluções porem em detrimento de oferecer uma melhor experiência para os clientes ou um melhor nível de serviço não avaliando adequadamente o trade-off.
Walter – A estratégia deveria considerar ambas as abordagens, pois reduções de custos com maximização de investimentos andam juntas. O desafio é considerar-se uma "SOLUÇÃO" onde se possa tirar o melhor proveito da tríade: Pessoas / Processos / Tecnologia.
David – Qualquer transformação de processo deve resultar em redução de custo, seja pela redução dos estoques, redução de lead times, da performance dos fornecedores, no atendimento da demanda dos clientes, mas a realidade 4.0 é disruptiva de maneira que muito mais do que apenas custo pois o impacto na Satisfação do Cliente (já falamos sobre o tema aqui) é mais intenso e significativo.
3 – Com a adoção de tecnologias de ponta nos CDs (centros de distribuição), quais são os primeiros benefícios visíveis ao utilizar IA, IoT, Big Data e demais tecnologias nas operações?
Felipe – Maior controle operacional, velocidade da tomada de decisão, maior acuracidade dos estoques, maior produtividade operacional e melhor capacitação da mão de obra, são os principais benefícios esperados.
Walter – Os benefícios vão desde melhoria da maturidade analítica, com uso de IA em Analytics / Big Data, melhoria da acuracidade de inventário, redução de perdas, maximização de recursos de movimentação, otimização de espaços, incremento de produtividade e consequentemente redução de custos.
David – Total rastreabilidade dos seus produtos em tempo real, com integração facilitadas em diversos sistemas interligados, cabe salientar que o fato de poder prever as demandas em tempo real reduz estoques e permite atendimento da demanda do cliente com altíssimos índices de OTIF.
4 – Apesar de a tecnologia contribuir de forma significativa para a logística, o processo de integração por meio da conectividade está diretamente atrelado às pessoas. Nesse contexto, como um líder pode fortalecer a cultura organizacional e construir uma equipe preparada para executar e monitorar os processos de forma eficiente?
Felipe – Desenvolver e capacitar as pessoas constantemente deve ser uma meta mensal de todos os líderes para promover e disseminar o conhecimento.
Walter – A questão é fortalecer o conteúdo e conceitos da equipe, estimulando-a a analisar os processos e informações, e através da análise mostrar que as soluções da mesma fazem diferença sempre para melhoria do processo. Isso torna as equipe engajadas nos objetivos. Treinar, retreinar e aprender com os erros e acertos, num processo transparente e em busca da melhoria contínua.
David – Engajar os profissionais de todos os times desde o mapeamento das necessidades é o primeiro passo bem como ouvir as pessoas como membro do time e participar ativamente dos treinamentos, discussões, analisando e respondendo cada proposta ou sugestão. A mudança do mindset para a realidade 4.0 ocorre quando os colaboradores percebem que fazem parte do processo de escolha, análise, implantação e reconhecidos pelos resultados.
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