Todas as áreas das empresas precisam acompanhar e usufruir o que a tecnologia tem para oferecer. Esta é uma das premissas básicas da transformação digital. O setor logístico, por exemplo, pode ser muito beneficiado pela aplicação de tecnologias como o IoT, a impressão 3D, a realidade aumentada, entre outras. Isso já foi, inclusive, debatido em um artigo do nosso blog a respeito do Supply Chain 4.0, vale dar uma conferida ;)
Na última edição da nossa Maratona de Supply Chain, a Ligia Izzo, LATAM Manufacturing Excellence Head da Bayer, uma das maiores empresas do setor químico do mundo, apresentou a interessante iniciativa do Smart Center. Uma amostra da colaboração de como a tecnologia pode melhorar a experiência do cliente no ponto de vista de Supply Chain.
O Smart Center é uma plataforma que utiliza tecnologias como o Big Data e o IoT para acompanhar o desempenho das entregas. Isso é feito por meio de um monitoramento em tempo real e do uso de algoritmos de machine learning, que buscam uma maior proatividade e qualidade nas operações.
Conversamos com a Ligia a respeito desta iniciativa, que compartilhou como funciona, o que está sendo utilizado, quais foram os resultados alcançados e se essa operação pode ser empregada em outras empresas. Confira a entrevista!
O Smart Center é o modelo de gestão de Supply Chain da Bayer que utiliza tecnologia de ponta para monitorar indicadores e informações estratégicas e operacionais, permitindo a visualização, em tempo real, das operações End-to-end – desde as fábricas, transporte, até a entrega e satisfação do cliente – além de todas as etapas desse processo, incluindo deslocamento de carga e armazenamento de produto. A plataforma também possibilita prever situações críticas, o que permite agir com antecedência e minimizar possíveis impactos na operação e na satisfação dos clientes.
Dispúnhamos de muitos dados para tomada de decisão. A solução implementada foi organizar esses dados em uma plataforma única, utilizando ferramentas estatísticas e analíticas, desde robótica a algoritmos, para transformar essa grande massa de dados em informações, combinando-as aos fatores históricos em um modelo operacional preditivo e proativo, para acompanhamento de tendências de resultados, como por exemplo: atrasos em entregas.
Hoje, as equipes têm informações da cadeia End-to-end (da entrada do pedido até a entrega) em tempo real para a tomada de decisão e principalmente, para atuar de forma proativa e evitar que problemas maiores atinjam os nossos clientes.
Para ampliar a captura de dados/informações em tempo real, apostamos na internet das coisas (IoT). Instalamos sensores e câmeras nas nossas plantas industriais, centros de distribuição e depósitos. Os dispositivos controlam desde o volume de mercadorias até a temperatura e umidade dos prédios, mantendo as condições ideais de armazenagem.
Dentro desta transformação, podemos destacar os seguintes marcos: Robótica (RPA) de destaque em relação ao mercado, pois criamos uma solução prática que simplifica o processo de extração e tratamento de dados; atualizações rápidas e simples de informações diárias, diminuindo trabalhos operacionais e riscos de erros; inteligência artificial, que combina ferramenta sofisticada de análise preditiva incorporada à operação, gerando conjuntos estruturados de informações e modelos para tomada de decisão; e gestão otimizada de custos, reclamações de clientes e conformidades.
Ao adotar uma mentalidade proativa e digital, expandindo habilidades internamente, definimos altos padrões para a digitalização das nossas operações, fornecimento de produtos, interações com o cliente e local de trabalho, tudo isso para aumentar a sustentabilidade das operações, aumentar o valor do negócio e otimizar nossa colaboração e eficiência. Com os Smart Centers já retiramos das estradas 1,4 milhão de milhas de tráfego e reduzimos a emissão de carbono em mais de 350 toneladas métricas.
O novo modelo de operação dos Smart Centers na Bayer é baseado em três pilares – pessoas, processos e sistemas – e, desde 2014, as áreas de Logística e Customer Service tem alcançado grandes marcos, como a definição de uma nova malha logística e implantação de novos sistemas capazes de otimizar rotas e prever situações críticas para o negócio, criando um balanço ideal entre custos e atendimento, além de monitoramento de cargas, centros de distribuição, temperatura e umidade do produto em tempo real.
Com o sucesso nas operações logísticas e de customer service, e como parte da jornada de transformação de Product Supply na Bayer, o modelo operacional foi expandido para a área de manufatura de sementes e a eficiência, produtividade e qualidade tem alcançado novos patamares de resultados, com uso de ferramentas estatísticas e sistemas integrados que possibilitam uma gestão mais eficiente em diversas frentes.
Para conectar as operações, reforçar a estratégia de Product Supply e ser um modelo de Smart Center para áreas menores, foi implementado o Supply for All que é fisicamente semelhante a um Smart Center e atende todo Product Supply, reforçando a nossa cadeia End-to-end.
Assim, o custo operacional na área de logística caiu 10%, o nível de engajamento dos funcionários das áreas envolvidas cresceu 10% e o nível de satisfação do cliente triplicou.
Sim, este monitoramento pode ser aplicado em qualquer área de Supply Chain, mas é importante destacar que além das informações disponíveis nos Smart Centers, seu sucesso se dá devido ao engajamento dos times e da governança empregada. De nada adianta ter dados, se você não tiver pessoas analisando as informações e tomando decisões.
Para se começar um Smart Center é importante que seus processos estejam bem estabelecidos, que existam sistemas disponíveis para se obter a informação e que as mesmas estejam integradas e, principalmente, garantir uma mudança de mindset e um time voltado para gestão de dados e tomada de decisões baseadas em números e informação.