A pandemia do COVID-19 causou muitas incertezas no mercado no contexto mundial. Neste debate, será discutido o impacto do lockdown na cadeia de suprimentos e a importância desse setor. Mediado por Leonardo Rosa da Live University, ele conta com a participação de Adriano Napoli, Head de Compras da Jacquet; Cristiano Muller, Diretor de Suprimentos Indiretos da BRF; Gustavo Taboas, CPO do Hospital Albert Einstein; e Luis Gastão, Vice-Presidente do Mercado Eletrônico.
Na Jacquet, por trabalharem mais com itens alimentícios considerados não-prioritários, como bolos e doces, o impacto foi grande. Segundo Adriano, houve um descompasso na relação entre oferta e demanda. Foi feito um trabalho em conjunto com todas as áreas da empresa e com comunicação aberta com os fornecedores. Isso ajudou a garantir o fornecimento mínimo e manter a estabilidade da cadeia.
Um diferencial foi ter tido um approach colaborativo, reconhecendo o fornecedor como uma extensão do supply chain. Se eles não conseguem se manter, a linha se quebra. Na visão de Adriano, é preciso também ter mais flexibilidade, diversificação e agilidade para se adaptar a novas demandas e hábitos. Ele também comenta sobre a importância da revisão dos modelos de risk management para uma melhor gestão.
Cristiano lembra que na BRF eles têm uma cadeia longa e complexa, e muitas coisas fecharam num ritmo acelerado. A empresa sofreu um grande impacto de aumento de custos, dificultando os negócios. Também foi adotada a premissa de cuidar das pessoas, foram obtidos novos EPIs e itens como álcool em gel, colocando a segurança em primeiro lugar. Ele ressalta também que estar próximo dos fornecedores ajuda a ter preferência e assim conseguir montar um bom estoque interno.
É importante compartilhar planos de ações com toda a cadeia de suprimentos para ter um total alinhamento de estratégias. É preciso criar opções e ter alternativas de fornecedores, como disse também Gustavo. No contexto de um hospital, houve uma grande falta de equipamentos, aumentando a relevância do supply chain. Por estar na área da saúde, estavam mais cientes da possível gravidade da situação, se preparando desde cedo.
Gustavo afirma que foi necessário tomar iniciativas mais agressivas, pois o consumo aumentou drasticamente e de forma inconstante. Para o Mercado Eletrônico a situação foi um pouco diferente, pois são mais horizontais e não sofreram tantos problemas de logística diretamente. Também colocando as pessoas em primeiro lugar, adotaram a missão de ajudar os compradores e fornecedores. Luis ainda comenta que mesmo com a distância gerada pelo lockdown, foi possível trazer mais proximidade das pessoas com a empresa.
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