Para quem perdeu a Maratona deste ano, ou quer relembrar, preparamos uma seleção com 5 momentos de destaque do evento. A novidade em 2019 foi o acréscimo de um terceiro dia só para discutir como a transformação digital está chegando a gestão de logística e suprimentos.
Nos dias 13 e 14 de maio tivemos a Maratona, com painéis, debates e trilhas específicas, e no 15 de maio rolou um dia inteiro de Supply Transformation. Confira os melhores momentos:
Logo no primeiro dia reunimos executivos de ponta para discutir o assunto do momento: Supply 4.0. Com a presença de Luis Martão (C&A), Aline Salles Kolesnik (Vtex), Klebson Marcelino (Samsung), Paulo Leônidas (Coty), Janaina Peres (Pepsico), Leonardo Rubinato (Unilever) e Fred Gonçalves (DPA Brasil), o diretor educacional da Live University, Alex Leite, mediou uma discussão riquíssima.
O grupo tocou em questões em centrais, como o desafio cultural, além do tecnológico, para a digitalização das empresas. Alguns destacaram que antes de se pensar em usar tecnologias como inteligência artificial será crucial por ordem na casa, saneando as bases de cadastro, por exemplo. Para que os algoritmos funcionem, a qualidade dos dados com que são alimentados será crucial.
Ainda no mesmo tema, logo depois veio a palestra do Donald Neumann, da CTI Global e professor da Live University: "Planejamento 4.0 no varejo: como planejar com sucesso em um mundo digital, do marketing ao estoque".
Ele defendeu que a grande mudança de paradigma para pensar a digitalização do varejo é a forma como o consumidor compra. Antes, o mercado funcionava na base da assimetria da informação, ou seja, os consumidores compravam sem muito amparo, sem grande poder de comparação e informações detalhadas sobre os produtos.
Hoje ele tem a ajuda da internet para compreender melhor os benefícios e conferir preços de competidores até mesmo quando está dentro da loja. Por isso, ele destacou que a transformação digital não deve ser uma tarefa do CIO, mas sim do CEO, em conjunto com toda a liderança. Não se trata de uma mudança só tecnológica, mas organizacional, de proposta de valor das companhias.
Já no segundo dia, a Ligia Izzo, da Bayer, apresentou o case da empresa na implantação do Smart Logistics Center. A companhia conseguiu sair de uma gestão reativa para uma preditiva, passando a evitar problemas que implicariam em atrasos de entrega, por exemplo.
Numa jogada muito boa, a empresa conseguir rastrear em tempo real todas as suas entregas ao contratar uma startup por poucas dezenas de milhares de reais. O fornecedor trouxe uma solução em que consegue, através de qualquer tipo de sinal, até de celular, traquear a localização em tempo real dos caminhões.
O Luciano Custódio da Bosch explicou como a equipe brasileira da empresa alemã modernizou a gestão de armazéns locais gerando savings de até 3 milhões de dólares por ano, diminuindo até 5 km de caminhada por funcionário no armazém.
A companhia está instalando o uso de realidade aumentada, que em breve deve permitir que os gestores alemães consigam fiscalizar os estoques direto da Alemanha, apenas colocando um óculos de Realidade Virtual e passeando pelo armazém brasileiro.
Tivemos um painel exclusivo para entender melhor o cenário tributário e seus impactos para a gestão de supply chain. Afinal, o planejamento tributário tem poder até maior de gerar savings do que a própria otimização da malha logística.
O time escalado contou com a Dra. Vanessa Canado, do Centro de Cidadania Fiscal (CCIF), Tatiane Redondo (EY), Adriana Cássia Sabonaro (Adejo Aliz) e Fábio Miguel (Grupo Boticário). O grupo refletiu sobre a possível união de impostos como PIS, COFINS, ICMS e ISS num imposto único, o IBS (imposto sobre bens e serviços), que simplificaria muito a vida das empresas.
A Dra. Vanessa destacou que centenas de países usam o modelo do IBS, enquanto o Brasil é único que tem todos esses impostos sobre consumo fragmentados. A grande dúvida sobre a reforma é se será realmente possível acabar com o ICMS, tendo em vista o poder político dos Estados e o interesse deles nesse imposto, que constitucionalmente podem controlar de quase todas as formas.
No dia dedicado ao Supply Transformation reunimos Nestor Felpi (Natura), Carlos Martins Simões Junior (Tereos), Jorge Bolla Vignes (BNP Paribas) e Andre Gonçalves da Cruz (GOL) para discutir onde estamos no caminho para a digitalização ponta a ponta das cadeias de suprimentos.
Um dos pontos focais discutidos foi sobre qual o melhor modelo para fazer inovação dentro das companhias. Pelo RH? Por um comitê interno reunindo lideranças de várias áreas? Ou com uma célula externa ao dia a dia com pessoas totalmente fora da operação da empresa? Alguns forma favoráveis ao último modelo, por ser mais livre, e outros prefeririam o do comitê interno, por ter a capacidade de "contaminar" a empresa com a cultura de inovação de dentro para fora.